sobrevivendo na economia da distração.
enquanto consumidores e emissores de informação é nossa distração que tem tornado-se moeda valiosa já que viramos prisioneiros das telas e desatentos com relação ao que realmente importa.
quem nos acompanha já deve ter lido ou ouvido falar sobre a tal economia da atenção, termo cunhado pelo psicólogo e vencedor do Nobel, Herbert Simon.
fica claro que independente dos nossos desejos particulares, é justamente a riqueza de informações que tem criado um terreno para a pobreza de atenção na contemporaneidade.
firmou-se também enquanto um conceito mercadológico usado por muitos pesquisadores de comportamento e de consumo que abordam a problemática atual onde o excesso de estímulos ao qual estamos expostos versus a escassez de tempo diante das demandas que operam num senso de urgência, criam uma equação cada vez mais complexa de resolver.
a internet alterou os fundamentos de tudo que nos cerca, as relações culturais, sociais, amorosas, sexuais e de consumo foram ressignificadas.
nos deslocamos do papel de meros receptores de informação e passamos também a ser emissores já que quase todo mundo, direta ou indiretamente, tornou-se um produtor de conteúdo fazendo sua existência ser o tema central de storytellings, muitas vezes repletos de estratégias e holofotes. se andy warhol estivesse vivo mesmo tendo criado uma afirmativa conhecida sobre a cultura do espetáculo, talvez se chocaria com os tais 15 minutos de fama que transformaram-se num reality show com pay-per-view 24 horas!
atenção ainda é uma moeda de troca, mas num mercado criativo onde driblar algoritmos, instabilidades sócio-política-econômicas, o impacto de catástrofes naturais e ainda ter que traçar diariamente estratégias atrativas para entreter e informar consumidores, percebemos que é a nossa distração que tem se revelado uma moeda cada vez mais valiosa.
seja para gigantes do mercado que lucram com nossos dados e porque não dizer, para uma sociedade inteira que se articula e se atualiza de maneiras perversas para manter intactas suas estruturas de poder sempre hegemônicas.
daqui em diante, não apenas enquanto indivíduos, consumidores, mas também na perspectiva de gestores das nossas marcas, carreiras e negócios, será fundamental estabelecer um filtro com métricas próprias no que, para quem e para onde exatamente vale a pena destinar nossa atenção e energia se quisermos criar e sobreviver com nossas iniciativas e porque não dizer, senso crítico e mental fortalecidos.
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