anonimato em tempos de espetacularização.
instagram em declínio, instagramável em revisão, AI para criar campanhas de marketing improváveis e reter a atenção nessa era de efemeridades, qual será a saída para se destacar?
eu sei que todo mundo está afoito no burburinho do oscar, mas aqui caminhamos (juntos!) em outro ritmo e quero aproveitar a atualidade da pauta!
há dez anos o mundo era outro, ter um negócio ou construir uma carreira não se assemelhava a nada do que vemos hoje, essa espécie de big brother da vida real, a espetacularização de cada uma de nossas conquistas e do que sequer foi conquistado através do digital.
alexander wang (estilista que se envolveu em episódios de assédio sexual) repetia em todas suas entrevistas que a internet havia alterados os fundamentos da moda, uma afirmativa que ainda concordo. ele fez seu comeback em 2022 e foi muito bem recebido por toda imprensa e influencers que pareciam ter esquecido seus recentes escândalos com a memória de uma internet afoita pelo próximo assunto que sumiria em 24 horas, provavelmente. talvez por não retermos mais nada, afinal, parece que nossa memória foi com Deus.
lembro que no boom da internet, quando ninguém sabia bem o que estava fazendo e buscávamos - de forma individual e coletiva - no escuro tatear uma forma de conduzir áreas diferentes do mercado, tudo mostrava-se realmente mais autêntico, mais imperfeito, mais realista, menos produzido, havia um certo cuidado nas movimentações talvez até por ingenuidade. e longe de mim soar saudosista, meu ascendente em câncer não tem culpa de nada dessa vez, é só um fato sobre uma época onde não havia tanto dinheiro e poder em jogo, tanta visibilidade em cima da mesa, tamanho interesse de todos os lados.
as coisas mudaram drasticamente, nós consumimos, nos relacionamos, nos posicionamos e nos comunicamos de formas completamente diferentes.
temos consciência de onde viemos, e não sou dessas obcecadas em futurismo, mas para onde vamos enquanto carreiras?
em 2023 escrevi sobre os efeitos colaterais do tal GIRL BOSS em mulheres que de girls não tem mais nada, a FAST COMPANY declarou dia desses a decadência desse termo que guiou tantas afirmativas nos últimos anos, enquanto isso temos enfrentado uma disputa desleal com inúmeras atualizações algorítmicas e plataformas sendo alteradas ao mesmo tempo, a AI utilizada para criar campanhas que desafiam os limites da realidade como foi o caso do case da Jacquemus entre outros, as produções estão cada vez mais profissionais, e claro os creators-profissionais ou profissionais-creators?!
me pergunto onde profissionais que ambicionam reconhecimento, sem necessariamente ambicionar fama e produções megalomaníacas ficam nisso tudo? precisamos nos adaptar, mas a velocidade tem criado vertigem. só eu tenho sentido?
e quem não se encaixa, encaixa onde?
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