teu trabalho não vai se vender sozinho.
nem sempre é sobre talento, às vezes, é sobre coragem de se mostrar. e quase sempre, é sobre estratégia, não há como fugir, sem isso você deixará sua intelectualidade invisível por mais um dia.
antes sequer de conhecer os fundamentos do branding, de estudá-los com profundidade, aplicá-los em projetos, depois ensiná-los, precisei vender o meu peixe mesmo sem nenhuma cartilha prática em mãos.
nunca foi escolha.
era necessidade, sobrevivência.
como muitas de vocês, cresci num ambiente em que o esperado era performar a norma, repetir os caminhos seguros.
o novo era ameaçador.
o diferente, desaconselhável.
e, sobretudo, a criatividade – essa força motriz que efervesce em nós desde cedo – era vista como algo supérfluo, quase impertinente. tolerada apenas nos raros intervalos, nos momentos lúdicos, na hora da brincadeira, que claro, sempre tinha hora para acabar.
nas trajetórias femininas, a criatividade é podada desde cedo.
depois de um determinado momento da vida, seja pela falta de opção ou até mesmo por instinto, entendi que falar sobre quem eu era e a forma como eu enxergava o mundo era a única maneira de garantir que aquilo continuasse a existir.
no início, soava artificial.
com o tempo, virou hábito.
depois, virou prazer.
hoje reconheço, sempre foi um exercício político de protagonismo.
exercício esse fundamental numa sociedade que desde cedo cria terrenos férteis para silêncios forçados e tenta a todo custo aniquilar a autoestima de mulheres substituindo nossa criatividade pela exigência de que denominaremos apenas a arte do cuidado e das tarefas domésticas.
como tantas outras mulheres, fui educada para apagar os sinais da minha originalidade e domesticar minhas ideias sob o manto da conformidade.
contaminada por um entusiasmo inédito que nascia quando ousava imaginar outros futuros possíveis, eu logo era chamada de volta ao real.: ao dever, à modéstia, à contenção.
a criatividade feminina é uma ameaça silenciosa.
por isso mesmo, constantemente podada, ganhar voz com o nosso trabalho criativo é a principal forma de diminuir as discrepâncias que o sistema insiste em atualizar perversamente.
uma maneira também de impedir repetições que não fazem sentido, nunca fizeram num mercado criativo que clama por mudanças, mas para isso, romper com certa ingenuidade é fator decisivo, porque é justamente nesse campo que muitas profissionais fazem morada com suas intelectualidades e talentos artísticos.
num mundo que nos forma para a participação passiva e nos recompensa pela perpetuação desse ciclo de silenciamento feminino, sustentar os desejos, aquilo que pulsa, a própria presença simbólica é, sim, uma forma de resistência.
viver da criatividade – e não apenas com ela – exige romper com as verdades absolutas que prejudicam nossa visão sobre o que significa merecer atenção.
exige, sobretudo, injetar coragem e visão estratégica em nossa atuação profissional.
porque, sim, ainda há algo profundamente enraizado na psique coletiva feminina, a ideia de que não nos sentimos no direito de reivindicar atenção. esperamos ser vistas, descobertas, notadas, quase como se fosse indigno desejar visibilidade.
essa espera (doce, paciente e, ao mesmo tempo, cruel) tem se tornado um dos maiores empecilhos à construção de um percurso profissional minimamente sustentável.
do ponto de vista criativo, mental e por que não dizer, financeiro?
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