o instagram está morto!
as redes sociais envelheceram, nós também. o que era antes uma praça virou shopping center, o espontâneo virou vitrine, o humano virou métrica, mas quem disse precisamos operar sob as mesmas regras?
o título era só um chamariz, e funcionou!
na publicidade, isso tem nome comunidade, clickbait.
e por mais que não seja adepta de chamadas absolutas ou polêmicas, me vejo vez ou outra obrigada a fazer uso desse recurso. e por favor, longe de mim apostar em sentenças definitivas num mundo tão volátil quanto o nosso, mas chamar atenção, hoje, exige um esforço quase cômico.
como se não bastasse ter algo relevante a dizer, precisamos embrulhar tudo com um laço de polêmica, urgência ou escassez.
nada novo sob o sol da contemporaneidade, é o que muitos veículos de imprensa, artistas e influenciadores têm feito, é o que os carrosséis sobre “como escrever títulos matadores” ensinam e é o que nos levou até aqui, um feed onde o grito se sobrepõe à ideia, a estética se impõe à substância, e a verdade virou um detalhe negociável.
o que me levou a escrever esse texto não foi a busca por atenção (apesar de gostar dela, não tem nada de errado com isso!), foi o incômodo. esse cansaço compartilhado, repetido edição após edição e que talvez você também esteja sentindo enquanto criativa, profissional, artista.
existe uma fadiga com o instagram, com o modelo, com a lógica.
fundado em 2010, o Instagram nasceu como uma rede social focada em compartilhar fotos instantâneas com filtros duvidosos que destruíam as imagens e todo mundo aqui usou, contudo é inegável que tudo aquilo que começou como um espaço para conexão e criatividade foi se transformando, aos poucos, num ecossistema de performance.
com a chegada da META, a prioridade virou retenção, monetização, conversão, dados, dados, dados, publicidade, publicidade, publicidade e com a ascensão dos conteúdos gerados por IA, tudo ganhou uma camada ainda mais impessoal, pasteurizada, quase desalmada.
e está todo mundo de saco cheio!
trabalhar com comunicação passou a ser um malabarismo constante, departamentos de branding, equipes de conteúdo, criadores e empreendedores independentes, todos tentando se adaptar a um algoritmo que muda de humor com a lua. todos tentando alcançar o famigerado do “público-alvo, e é por incômodo incontrolável que há anos prefiro chamar de outro jeito, pessoas com quem queremos estabelecer diálogos.
não acredito em audiência como alvo.
não acredito em comunicação como mira.
acredito em conversa.
em reciprocidade.
em impacto positivo.
call me delulu, mas essa é a base do branding que acredito, que defendo, que faço e que ensino as pessoas a fazer através do BRANDYOURSELF, uma ideia que levarei comigo, mesmo que um dia decida vender pães numa vila de 500 habitantes à beira-mar.:
a comunicação deve ser sensível e significativa.
não vamos mudar o mundo com um post, nem com nossos produtos e serviços, mas podemos sim provocar micro-revoluções em quem nos lê, nos vê, nos escuta.