não há prazo de validade para mulheres.
nessa reflexão sobre o tempo e seus significados, o tempo não é nosso inimigo, ele é o palco onde resistimos, criamos e reafirmamos nossas possibilidades infinitas!
tenho constantemente me perguntado sobre o tempo.
o inverno, que escurece cedo e carrega consigo incoerentes temperaturas de verão, antecipando um futuro estranho que tento ignorar. meu portfólio de fotografia está preso entre os PSDs a serem tratados e o schedule apertado com projetos feitos apenas para pagar as contas. os dias passam rápido, trazendo outra idade, outro número que denuncia meus medos e me faz questionar.: será que deixei passar muito tempo e perdi o timing?
mas que tempo deturpado é esse que impõe limites aos nossos territórios particulares?
que tempo é esse que nos coloca em desvantagem antes mesmo do primeiro passo?
e quanto esse tempo atrasa nosso verdadeiro relógio e corroi nossa autoestima?
com a vista já deteriorada pela passagem dos anos e o excesso de tela, busco horizontes. me agarro ao menor sinal que me permita enxergar saídas nesse percurso turvo que é resistir enquanto mulher.
há dias difíceis, não nego, mas há outros em que me dou conta de que, apesar de tudo, a vida presta.
desejamos.
transformamos
mudamos.
criamos.
colaboramos.
multiplicamos.
estamos vivas.
é passada a hora de destruir a ideia de que existe um "prazo de validade" para mulheres.
poucas expressões carregam tantas camadas de significados, à primeira vista, dizer que "não temos prazo de validade" pode soar como um mantra de libertação, mas logo fica explícito que essa frase nasce da resistência, em oposição ao que ainda é a norma geral.
mulheres descartadas, desconsideradas e invisíveis após uma certa idade (e a maternidade, diga-se, é uma nota de corte disfarçada na vida adulta!), como se a vida nos oferecesse uma espécie de “expiration date”, especialmente no mercado de trabalho, inclusive e também no mercado de criatividade.
números que nos limitam, das oportunidades aos assuntos, somos colocadas no cercadinho dos dramas do envelhecimento, como se só a nós coubesse carregar o peso de suas facetas mais sombrias, de capitanear os seus temas, de esgotá-los sem chance de navegar por outras pautas, nos reduzindo a isso.
o envelhecimento feminino é uma sentença silenciosa.
como um produto da APPLE, uma obsolescência programada que nos empurra para as sombras da irrelevância social e essa é uma sentença que se observar, raramente recai sobre os homens.
para eles, o tempo é sinônimo de maturidade, prestígio e sabedoria, uma métrica desigual que os eleva ao topo com seus fios brancos que são adornos de experiência; já os nossos, sinais de desleixo, abandono. como se o tempo tivesse corrido rápido demais para nos mantermos relevantes criativa, intelectual, artística e profissionalmente, ser mulher é cruel.
envelhecer em um mundo como o nosso é um ato subversivo.
mas algo está mudando.
se não está, por hoje escolho me iludir e permanecer inebriada por esse sentimento de um movimento de ressignificação que percebo em curso, sendo carregada por vozes potentes como que tem me feito repensar.:
afinal, quem pode decidir que mulheres têm prazo de validade?
marca pessoal não é bicho de sete cabeças, mas também não é esse monte de bobagem que as pessoas falam na internet.
é hora de voltar aos essenciais porque você merece ser reconhecida profissionalmente como a potência que é e essa estratégia pode colocar a gente num novo patamar e facilitar o jogo da vida profissional.
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